É possível o resultado da biópsia mudar depois da cirurgia?
Sim, é possível! Após uma biópsia na mama, é natural esperar que aquele resultado seja definitivo. Mas quando vem o resultado da cirurgia e ele mostra algo um pouco diferente, surgem dúvidas como:
“Será que o primeiro exame errou?”
“A doença piorou nesse intervalo?”
“Eu posso confiar nesses resultados?”
Vamos entender o porquê dessas diferenças…
Biópsia e cirurgia são exames diferentes
A biópsia é um exame extremamente importante, mas ela analisa apenas uma pequena amostra da lesão — um fragmento do nódulo ou da área suspeita. Já a cirurgia permite avaliar toda a lesão, por completo, e em muitos casos, também os gânglios da axila.
Isso quer dizer que, com mais material para análise, o exame da peça cirúrgica pode trazer informações mais completas e precisas!
E quando se faz a biópsia de congelação durante a cirurgia?
Em alguns casos de cirurgia para câncer de mama, realizamos também o que chamamos de biópsia de congelação: é uma análise rápida feita durante o ato cirúrgico, pelo médico patologista, com o objetivo de orientar decisões imediatas, como a retirada ou não dos linfonodos da axila, por exemplo.
Essa biópsia é feita em caráter provisório, com cortes do tecido congelado — e, por isso, pode apresentar diferenças em relação ao laudo final, feito com o material preparado com mais calma e em melhores condições técnicas.
Ou seja, o resultado da biópsia definitiva da cirurgia sempre prevalece sobre a biópsia de congelação, que é apenas uma etapa auxiliar para guiar a conduta naquele momento da cirurgia.
O que pode mudar entre os exames?
Alguns exemplos comuns:
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Um nódulo que parecia um carcinoma in situ na biópsia pode, na cirurgia, mostrar áreas de invasão — mudando o tipo e o estadiamento do câncer.
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O subtipo do tumor (como o tipo histológico ou os receptores hormonais) pode ser diferente, principalmente se a amostra inicial era limitada.
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A biópsia de congelação pode mostrar ausência de doença em linfonodos, mas a análise definitiva posterior revelar pequenas áreas de comprometimento.
Essas mudanças não significam erro! Elas fazem parte do processo de diagnóstico e são fundamentais para que a equipe médica adapte o plano de tratamento às necessidades reais da paciente.
Isso impacta o tratamento?
Pode impactar, sim — mas para melhor. Quanto mais informações temos sobre a doença, mais individualizado e preciso será o tratamento!
Por isso, mesmo que a biópsia traga um diagnóstico inicial, a avaliação após a cirurgia é indispensável para confirmar, complementar ou, em alguns casos, corrigir o que foi visto anteriormente.
Em resumo:
O resultado da biópsia pode, sim, mudar depois da cirurgia — seja em relação ao exame inicial feito com agulha, seja na biópsia de congelação feita durante o ato cirúrgico. E isso faz parte de um processo de investigação mais completo, que busca sempre a melhor conduta para cada paciente.
Se você recebeu um diagnóstico e está com dúvidas sobre os próximos passos, agende uma consulta! Estou aqui para te orientar com clareza e te acompanhar em cada fase, com o cuidado e a responsabilidade que você merece!